TEXTO 1:
“A gramática tradicional [...] apresenta características altamente regulatórias e distintivas da noção do que é certo ou errado na língua, perdurando até os dias atuais, sobretudo, entre o público leigo. [...] Não fornece aos estudiosos uma teoria adequada para descrever o funcionamento das línguas, justificando, portanto, a ausência de caráter científico.”
                                                                                                                                                                                                 SILVA, Vera Lúcia da. Linguística I. Maringá: Unicesumar, 2018, p. 32.
TEXTO 2:
“A gramática descritiva não se preocupa com o que está certo ou errado, mas sim em descrever os usos reais da língua, tal como é falada pelos seus usuários. Para isso, o linguista observa os enunciados reais, tal como aparecem em contextos naturais, e descreve regularidades. [...] Pode haver diferenças entre as regras que devem ser seguidas e as que são efetivamente seguidas.”
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: Mercado de Letras, 1996, adaptado.
A partir dos textos apresentados, analise as situações a seguir:
I. Em sala de aula, uma professora reprova a construção “a gente vai no cinema” e exige que os alunos utilizem a forma “nós vamos ao cinema”, com base na norma culta, considerando a primeira como errada. Essa prática está alinhada ao modelo de gramática tradicional.
II. Um pesquisador analisa diferentes formas de uso do pronome de tratamento nas regiões Norte e Sudeste do Brasil, sem julgar tais variações como corretas ou incorretas, apenas descrevendo seus usos. Essa pesquisa corresponde a uma abordagem da gramática descritiva.
III. Um linguista propõe uma reforma ortográfica que simplifique o uso do hífen, baseando-se em sua percepção pessoal de clareza e lógica, sem apoio em dados empíricos do uso real da língua. Essa proposta reflete o princípio fundamental da gramática descritiva.
É correto o que se afirma em: